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Sene

Espécie

Senna alexandrina Mill.

Família

Leguminosae

Sinonímia

Cassia acutifolia Delile; Cassia ale- xandrina (Garsault) Thell.;Cassia angustifolia Vahl; Cassia senna L.; Senna acutifolia (Delile) Batka; Senna alexandrina Garsault; Senna angustifolia (Vahl) Batka

Nome Popular

Sene, sena

Parte utilizada/orgão vegetal

Folhas e frutos.(2)

Ref.: (1); (2)

Tratamento de constipação intestinal ocasional.(2-7)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS

CONTRAINDICAÇÕES

Contraindicado para menores de 12 anos, grávidas e lactantes e pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico.(2,3,5,6,8) Não deve ser utilizado em casos de constipação intestinal crônica,(2) distúrbios intestinais, tais como obstrução e estenose intestinal, atonia, doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn, colite ulcerativa, colopatias inflamatórias) e dores abdominais,(2,4,6) desidratação severa,(2,5) hemorroidas, apendicite, hipocalemia, doença inflamatória pélvica, período menstrual, cistite, insuficiência hepática, renal ou cardíaca.(3,8) Contraindicado para pacientes com náuseas, vômito ou quando algum sintoma agudo ou crônico não diagnosticado estiver presente.(2)

PRECAUÇÕES DE USO

Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico.(2) Sangramento retal ou insuficiência de peristalse, decorrentes do uso prolongado, podem indicar condições graves.(9,2) Metabólitos ativos, por exemplo, reinantronas, passam para o leite materno em pequenas quantidades. Em experiências com animais concluiu-se que a passagem de reinantronas através da placenta é baixa.(5) Esse fitoterápico não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.(2,10)

EFEITOS ADVERSOS

O uso da S. alexandrina pode ocasionar desconforto no trato gastrointestinal, com presença de espasmos e cólicas abdominais.(2,3,4,6,8) Nesse caso diminuir a dose.(6) As antraquinonas podem alterar a cor da urina para amarela escura ou marrom avermelhada, o que desaparece com a suspensão do uso do fitoterápico.(2,3) A pseudomelanosis coli (acúmulo de macrófagos pigmentados no interior da submucosa intestinal) pode ocorrer após o uso prolongado,(5,11) é inofensiva e desaparece com a descontinuação do fitoterápico.(2,3,5,6) O uso crônico ou superdosagem pode resultar em diarreia, com distúrbios hidroeletrolíticos, acidose ou alcalose metabólica, albuminúria, hematúria e principalmente hipocalemia. A deficiência de potássio pode conduzir à disfunção cardíaca e neuromuscular,(2,5,6) lentidão, inibição do peristaltismo intestinal e má absorção,(5) além de dependência, com possível necessidade de aumento da dose,(2,5) podendo resultar no agravamento da constipação intestinal.(3,5) O uso prolongado também está associado à redução na concentração de globulinas séricas,(3,4) perda de peso e desenvolvimento de caquexia.(2,4,5) Em pacientes idosos, o uso contínuo de laxantes pode ocasionar exacerbação da fraqueza e hipotensão arterial ortostática.(2) O uso a longo prazo pode resultar em tetania, hiperaldosteronismo, excreção de aspartilglicosamina e nefrite. Além disso, dados conflitantes sugerem que possam ocorrer alterações anatômicas do cólon e danos ao sistema nervoso do tecido entérico.(3,7,8) O uso prolongado e excessivo da S. alexandrina foi associado a casos de “dedo em baqueta de tambor”, reversível após a descontinuação do uso da droga.(4) Em casos raros, pode levar a nefropatia, e edema. (2) Há relato de hepatite após o abuso crônico desse fitoterápico.(2)

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

O aumento do peristaltismo intestinal, em virtude da utilização de S. alexandrina, pode reduzir a absorção de fármacos administrados oralmente, como por exemplo, os estrógenos assim como os anticoncepcionais orais.(2) A hipocalemia, decorrente da utilização prolongada de S. alexandrina, pode potencializar os efeitos dos glicosídeos cardiotônicos (digitálicos, Strophantus spp.) e as arritmias cardíacas ou os efeitos antiarrítmicos, quando do uso concomitante de fármacos antiarrítmicos como a quinidina.(2,6) O uso simultâneo de S. alexandrina com outros medicamentos ou drogas vegetais que induzem à hipocalemia, como diuréticos tiazidas, adrenocorticosteroides ou raiz de alcaçuz, pode exacerbar o desequilíbrio eletrolítico, resultando em disfunções cardíacas e neuromusculares.(6) Pode haver interação da S. alexandrina com a nifedipina e indometacina e outros anti-inflamatórios não hormonais. A alteração de coloração na urina causada pelas antraquinonas pode influenciar em testes de diagnósticos resultando em falso positivo para urobilinogênio e para dosagem de estrógeno pelo método de Kober.(2,3,6)

FORMAS FARMACÊUTICAS

Cápsulas e comprimidos contendo a droga vegetal, e extratos padronizados em senosídeos.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA

(DOSE E INTERVALO)

Oral. Uso adulto e infantil acima de 12 anos. Droga vegetal: 1 a 2g de folhas ou frutos, diariamente antes de dormir. 150 mg de extrato seco, de uma a três vezes ao dia, equivalente a 10-30 mg de senosídeos (calculados como senosídeo B), administrada à noite.(2)

TEMPO DE UTILIZAÇÃO

Contraindicado por mais de duas semanas sem supervisão médica.(2)

SUPERDOSAGEM

Os principais sintomas da superdosagem são dores abdominais,(5,6) espasmos, náusea, cólicas e diarreias severas, com consequente perda excessiva de fluidos e eletrólitos.(5) Deve-se manter tratamento de suporte, através da ingestão de grandes quantidades de líquidos. Os eletrólitos, especialmente o potássio, devem ser monitorados, particularmente em idosos e crianças. (2,5,6)

PRESCRIÇÃO

NOMES COMERCIAIS

Fitoterápico, isento de prescrição médica.

Lacass, Laxette, Sene, Laxasene, Fontolax, Lasene, Sennalax, Senan, Senareti

Variação de Preço: R$19,00 /  R$ 56,05

PRINCIPAIS CLASSES QUÍMICAS

Glicosídeos antracênicos.(2)

INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA E EFICÁCIA

ENSAIOS NÃO-CLINICOS

FARMACOLÓGICOS

O efeito do extrato de Senna alexandrina está relacionado aos derivados antraquinônicos, senosídeos A e B. Em estudo realizado com senosídeos A e B em animais, substâncias que são encontradas no extrato de Senna alexandrina, concluiu-se que após a sua administração (12,5 – 200 mg/kg) em ratos, a defecação normal foi acelerada em 3–4h e a excreção de fezes macias foi evidente a partir de 4–5h, alcançando seu pico máximo após 5–7 horas. Além disso, o tempo de trânsito no intestino grosso foi dose e tempo dependente no tratamento com os senosídeos A e B. Grande mudança foi observada no tempo de trânsito intestinal. Após duas horas da administração das substâncias, o tempo de trânsito passou de 6h no grupo controle para 90 minutos no grupo tratado. A redução máxima foi observada no grupo tratado após 4h, em que o tempo de trânsito foi reduzido para 30 minutos com dose de 50 mg/kg.(10)

ENSAIOS NÃO-CLINICOS

TOXICOLÓGICOS

O principal sintoma de overdose é diarreia grave, com consequente perda de fluidos e eletrólitos. Os eletrólitos, em particular o potássio, devem ser monitorados, especialmente em crianças e idosos.(2)

ENSAIOS CLINICOS

FARMACOLÓGICOS

Estudo clínico foi desenvolvido com vinte e um pacientes. As idades variaram entre 19 e 85 anos, com média de 38 anos. O tempo de acompanhamento da constipação foi de 3 a 80 meses, com média de 33 meses. Utilizou-se para esse estudo, um extrato padronizado de S. alexandrina. A maioria dos pacientes (81%) respondeu com rapidez ao tratamento com apenas uma drágea do fitoterápico e, em média, foi necessário menos de uma drágea por dia durante o período de observação que foi de 28 dias para assegurar o ritmo de defecação normal.(12) Trinta e quatro pacientes de clínica ginecológica, na maioria gestantes, na faixa etária de 18 a 62 anos, foram submetidas ao tratamento oral com geleia produzida com as folhas de S. alexandrina durante três semanas, com a posologia de uma colher de chá à noite, antes de dormir. As pacientes foram avaliadas comparando-se a evolução de variáveis como tempo para defecar, número de evacuações por semana, presença de gases, qualidade das fezes e sensação de esvaziamento total do reto após a evacuação, registradas antes (uma semana de observação) e depois do tratamento. Todas as variáveis evoluíram de modo significativamente favorável. Na avaliação global da eficácia, os resultados foram considerados satisfatórios em 88,2% dos casos na opinião do médico e em 82,3% por cento dos casos na opinião dos pacientes.(13)

FONTE

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Memento Fitoterápico, 1° Edição, 2016. Disponível em: http://bit.ly/2LMgjOy

SELEÇÃO DE PUBLICAÇÕES

1: Vilanova-Sanchez A, Gasior AC, Toocheck N, Weaver L, Wood RJ, Reck CA, Wagner A, Hoover E, Gagnon R, Jaggers J, Maloof T, Nash O, Williams C, Levitt MA. Are Senna based laxatives safe when used as long term treatment for constipation in children? J Pediatr Surg. 2018 Apr;53(4):722-727. doi: 10.1016/j.jpedsurg.2018.01.002. Epub 2018 Jan 31. Review. PubMed PMID: 29429768.

REFERÊNCIAS

(1) TROPICOS. Disponível em: http://www. tropicos.org/NameSearch. aspx?name=Senna&commonname=>. Acesso em: 06maio 2016.

 (2) WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 1, p. 241-258, 1999.

(3) ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina: bases clínicas e farmacológicas. Argentina: Isis Ediciones SRL, 1999.

(4) NEWALL, C. A; ANDERSON, L. A; PHILLIPSON, J. D. Herbal Medicines: a Guide for Health Care Professionals. London: The Pharmaceutical Press, 1996.

 (5) ESCOP. European Scientific Cooperative on Phytotherapy. Senna alexandrina. Monographs. 2nd ed. Grã – Bretanha: Biddles Ltda, Guilford and King’s Lynn, 1997.

(6) BLUMENTHAL, M. et al. (Ed.). The complete German Commission E monographs. Austin, TX: American Botanical Council, 1998.

(7) BRITISH Herbal Medicine Association. Senna alexandrina. British Herbal Pharmacopoeia. 4th ed. Exeter: Biddles Ltda, Guilford and King’s Lynn, 1996.

(8) VANACLOCHA, B. V. (Ed.). Vademécum de Prescripción: plantas medicinales. 3. ed., Barcelona: Masson, 1998.

(9) AHFS. American hospital formulary service. Bethesda, MD: American Society of Hospital Pharmacists, 1990.

(10) LENG–PESCHLOW, E. Dual effect of orally administered sennosides on large intestine transit and fluid absorption in the rat. J Pharm Pharmacol, v. 38, p. 606-610, 1986.

(11) MASCOLO, N.; CAPASSO, R.; CAPASSO F. Senna. A safe and effective drug. Phytotherapy Research, v. 12, p. S143-S145, 1998.

(12) ORTIZ, E. L. The Encyclopedia of Herbs, Spices, & Flavorings Hardcover. 1992.

(13) SÁ, J. C. B. Efeito laxativo de uma preparação gelatinosa de pó de folhas de sene em pacientes ginecológicos/obstétricos. Folha Méd, v. 108, p. 93- 97, 1994.

Imagem Name Senna alexandrina Mill. Specimen Kotschy, Carl (Karl) Georg Theodor - 40.β. Image Kind Herbarium Specimen. Bar Code MO-2434378. Copyright MBG. Photographer MBG. Fonte: Tropicos.  Disponível em: http://bit.ly/2sgnN3h

ENSAIOS CLINICOS

TOXICOLÓGICOS

O principal sintoma da sobredosagem é a diarreia severa, com consequente perda de fluidos e eletrólitos, particularmente o potássio, devem ser monitorados, especialmente em crianças e idosos.(2)

Erva medicinal

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