
Guaraná
Espécie
Paullinia cupana Kunth
Família
Sapindaceae
Sinonímia
'-
Nome Popular
Guaraná
Parte utilizada/orgão vegetal
Sementes.(2)
Ref.: (1); (2)
Astenia e como psicoestimulante.(2)
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
CONTRAINDICAÇÕES
Contraindicado para pacientes com distúrbios cardiovasculares, hipertensão arterial, arritmia cardíaca, gastrite, úlcera péptica, úlcera duodenal, cólon irritável, afecções renais, hipertireoidismo, cirrose hepática e predisposição à espasmos musculares. É contraindicado para crianças e pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico.(3)
PRECAUÇÕES DE USO
Seu uso é desaconselhado a pacientes que apresentem desordens psíquicas como pânico, agitação, ansiedade e insônia. Em pacientes com epilepsia ou disritmia cerebral. Não deve ser utilizado em pacientes com distúrbios da coagulação ou sob trata- mento com anticoagulantes. Não associar a bebidas que contenham metilxantinas (café, chá, achocolatados, refrigerantes a base de extrato de cola e de guaraná e mate), para não potencializar os efeitos desse fitoterápico.(4)
EFEITOS ADVERSOS
As metilxantinas, constituintes principais de extratos de P. cupana, pela estimulação direta do músculo cardíaco, podem causar aumento da frequência cardíaca e arritmias. Além disso, podem produzir irritação gástrica e aumento da diurese.(5) Os efeitos adversos desse fitoterápico, devidos à cafeína, são geralmente leves e transitórios, embora frequentes. Sob o ponto de vista psiquiátrico, a cafeína pode exacerbar estados ansiosos e contribuir para distúrbios do sono. Devido à presença das metilxantinas, seu uso contínuo pode causar dependência. O uso excessivo desse fitoterápico também pode levar a hipocalcemia (diminuição de cálcio) e hipocalemia (diminuição de potássio), devido à sua ação diurética.(5)
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Esse fitoterápico potencializa a ação de analgésicos e, quando administrado com anticoagulantes, inibe a agregação de plaquetas aumentando o risco de sangramento.(6) Esse fitoterápico pode levar à hipocalcemia e, consequentemente, à toxicidade da digoxina. O etinilestradiol pode potencializar o efeito da cafeína, enquanto que a cimetidina potencializa seu efeito e também sua toxicidade.
FORMAS FARMACÊUTICAS
Cápsulas ou comprimidos contendo extrato seco (250 mg de extrato padronizado em cafeína).
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA
(DOSE E INTERVALO)
Oral. Ingerir 2 cápsulas pela manhã e 1 a 2 cápsulas após o almoço. Sua administração à noite pode causar insônia. A administração desse fitoterápico deve ser realizada de forma descontinuada.
TEMPO DE UTILIZAÇÃO
O tratamento não deve ultrapassar um mês, sendo necessário um período de duas semanas de interrupção do tratamento antes de seu reinício.
SUPERDOSAGEM
Doses excessivas desse fitoterápico podem causar vômitos, cólicas abdominais, convulsões e arritmias, havendo necessidade de cuidados intensivos. Deve-se proceder à lavagem gástrica ou emese. Pode-se administrar carvão ativado ou sorbitol para retardar a absorção do fitoterápico. Em caso de administração acima do recomendado, suspender o uso e manter o paciente sob observação.
PRESCRIÇÃO
NOMES COMERCIAIS
Fitoterápico, isento de prescrição médica.
Guaraná Caps Vitaminlife, Guaraná em Pó Farmax, Guaraná Catarinense, Guaraná em Pó Rio Amazonas, Guaraná com Açaí Sanitas, Guaraná Caiabí, Guaraná em Pó ZiinZiin, Guaraná Herbarium, Catuama, Guaraná do Amazonas Sanitas, Guaraná Bionatus
Variação de Preço: R$ 6,79 / R$ 37,40
PRINCIPAIS CLASSES QUÍMICAS
Metilxantinas e taninos condensados.
INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA E EFICÁCIA
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
O extrato aquoso de P. cupana causou diferentes efeitos terapêuticos como diminuição da fadiga física e mental e melhora de funções cognitivas.(7,8,9) Em estudos, tais como testes de associação, confirmou-se que a cafeína reduz o tempo de reação, melhora a capacidade mental, e produz aumento na velocidade de realização de cálculos, embora a precisão não sofra grandes melhorias. No entanto, esses benefícios só se fazem sentir até um limite de 200 mg de cafeína que, ultrapassado, pode inibir essas capacidades.(5)
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Com os estudos toxicológicos com P. cupana em animais de laboratório verificou-se baixa toxicidade. Com estudos em voluntários sadios demonstrou-se também ausência de efeitos tóxicos.(10)
ENSAIOS CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
Várias ações farmacológicas oriundas das metilxantinas (cafeína, teobromina e teofilina) sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) e cardiovascular foram observadas.(11,12) O mecanismo de ação inclui a inibição da enzima fosfodiesterase (com aumento das concentrações de AMPc intracelular) e o antagonismo de adenosina, o que resulta na estimulação do SNC.(13, 14) Produz estimulação cardíaca (efeito inotrópico e cronotrópico positivo), além de promover vasodilatação periférica e vasoconstrição craniana.(15) Estimula a musculatura esquelética e o centro da respiração. Além disso, aumenta a secreção ácidogástrica e age como diurético em curto prazo. Na farmacocinética da cafeína foi observada a sua rápida absorção por via oral e um pico plasmático cerca de uma hora após sua administração.(16) A ligação às proteínas plasmáticas difere entre as três metilxantinas, apresentando a teofilina 50-60%, a cafeína 25-30% e a teobromina 15-25%, justificando-se esse valor mais baixo para a teobromina devido a ausência do grupo metila no nitrogênio, importante para a ligação com as proteínas plasmáticas.(17)
FONTE
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Memento Fitoterápico, 1° Edição, 2016. Disponível em: http://bit.ly/2LMgjOy
SELEÇÃO DE PUBLICAÇÕES
REFERÊNCIAS
(1) TROPICOS. Disponível em: http://www.tropicos.org/Name/28600664?tab=synonyms>. Acesso em: 03 maio 2016.
(2) PALUSKA, S. A. Caffeine and exercise. Curr Sports Med Rep, v. 2, n. 4, p. 213-219, 2003.
(3) STRAIN, E. C.; GRIFFITHS, R. R. Caffeine related disorders. In: SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A. Comprehensive Textbook of Psychiatry. 7th ed. Baltimore: Lippincott, p. 982-990, 2000.
(4) KENNEDY, D. O.; HASKELL, C. F.; WESNES, K. A.; SCHOLEY, A. B. Improved cognitive performance in human volunteers following administration of guaraná (Paullinia cupana) extract: comparison and interaction with Panax ginseng. Pharmacol Biochem Behav, v. 79, n. 3, p. 401-11, 2004.
(5) RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
(6) NICOLETTI, M. A.; OLIVEIRA-JUNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.; CAPOROSSI, P. Y.; TAVARES, A. P. L. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma, v. 19, n. 1/2, 2007.
(7) CAMPOS, A. R.; BARROS, A. L.; ALBUQUERQUE, F. A.; LEAL, L. K.; RAO, V. S. Acute effects of guaraná (Paullinia cupana Mart.) on mouse behavior in forced swimming and open field tests. Phytotherapy Research, v. 195, p. 441- 443, 2005.
(8) ESPINOLA, E. B.; DIAS, R. F.; MATTEI, R.; CARLINI, E. A. Pharmacological activity of guaraná (Paullinia cupana Mart.) in laboratory animals. J. Ethnopharmacol, v. 55, n. 3, p. 223–229, 1997.
(9) GALDURÓZ, J. C.; CARLINI, E. A. The effects of long-term administration of guaraná on the cognition of normal, elderly volunteers. Rev Paul Med, v. 114, n. 1, p. 1073–1078, 1996.
(10) BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Bulas Padrão de Medicamentos Fitoterápicos. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2015.
(11) HENMAN, A. R. Guaraná (Paullinia cupana var. sorbilis): ecological and social perspectives on an economic plant of the central Amazon basin. J. Ethnopharmacol, v. 6, n. 3, p. 311-338, 1982.
(12) HENMAN, A. R. Vida Natural - O guara- ná: sua cultura, propriedades, formas de prepa- ração e uso, 2. ed. São Paulo: Global/Ground, p. 77, 1986.
(13) MANDEL, H. G. Update on caffeine con- sumption, disposition and action. Food and Chemical Toxicology, v. 40, n. 9, p. 1231-1234, 2002.
(14) FISONE, G.; BORGKVIST, A.; USIELLO, A. Caffeine as action. Cell Mol Life Sci, v. 61, p. 857-72, 2004.
(15) WICHTL, M. Herbal drugs and phytopharmaceuticals: A Handbook for Practice on a Scientific Basic. 3. ed. Stuttgart: Medpharm Scientific Publishers, p. 434-437, 2004.
(16) HOLMGREN, P.; NORDÉNPETTERSSON, L.; AHLNER, J. Caffeine fa- talities—four case reports. Forensic Science International, v. 139, p. 71–73, 2004.
(17) ETENG, M. U.; EYONG, E. U.; AKPANYUNG, E. O.; AGIANG, M. A.; AREMU, C. Y. Recent advances in caffeine and theobromine toxicities:a review. Plant Foods for Human Nutrition, v. 51, p. 231–243, 1997.
Imagem Name Paullinia cupana Kunth. Specimen Croat, Thomas Bernard – 62314. Short Description Flowers. Long Description Flowering shrub. Image Kind Photo (general). Bar Code MOA-09802. Copyright T. Croat. Photographer T. Croat. Fonte: Tropicos. Disponível em: http://bit.ly/2RNPUoY
ENSAIOS CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada.
