
Garra-do-diabo
Espécie
Harpagophytum procumbens DC. e Harpagophytum zeyheri Ihlenf. & H. Hartmann
Família
Pedaliaceae
Sinonímia
'-
Nome Popular
Garra-do-diabo
Parte utilizada/orgão vegetal
Raízes secundárias.(2)
Ref.: (1); (2)
Alívio de dores articulares moderadas e lombalgia aguda.(2)
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
CONTRAINDICAÇÕES
A pacientes com cálculos biliares.(3) É contraindicado para menores de 18 anos, lactantes, grávidas e pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico.(4)
PRECAUÇÕES DE USO
Dores articulares acompanhadas de edema das articulações, com eritema ou febre devem ser avaliadas pelo médico. Como precaução geral, pacientes com úlcera gástrica e duodenal, intestino irritável e litíase biliar não devem fazer uso desse fitoterápico. H. procumbens deve ser administrado com cautela a pacientes com afecções cardiovasculares.(4)
EFEITOS ADVERSOS
Diarreia,(5) náusea, vômito, dor abdominal, cefaleia, tontura e reações alérgicas cutânea.(4) Se ocorrerem as reações adversas mencionadas acima, um médico deverá ser consultado.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Não foram observados efeitos induzidos pelo extrato de H. procumbens sobre o sistema enzimático citocromo P-450, sugerindo ausência de interação com fármacos metabolizados por essa via.(6)
FORMAS FARMACÊUTICAS
Cápsula e comprimido gastroresistentes contendo extrato seco padronizado (30 a 100 mg de harpagosídeo ou 45 a 150 mg de iridoides totais expressos em harpagosídeo).(2,7)
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA
(DOSE E INTERVALO)
Oral. Administrar 1-3 g de raízes ou quantidade equivalente de extrato aquoso ou hidroalcoólico.(3) Extrato mole (2,5-4,0:1; etanol 70% v/v): 10 mL; Extrato seco (1,5-2,5:1; água): 300 mg a 2,4 g, divididos em 2 a 3 doses diárias; Extrato seco (5-10:1; água): 600 a 800 mg, divididos em 2 a 3 doses diárias; Extrato seco (2,6-4: 1; etanol 30% v/v): 460 mg a 1,6 g, divididos em 2 a 4 doses diárias; Extrato seco (1,5-2,1:1; etanol 40% v/v): 600 mg a 2,7 g, divididos em 2 a 3 doses diárias; Extrato seco (3-5:1; etanol 60% v/v): 960 mg, dividido em 2 a 4 doses diárias; Extrato seco (3-6:1; etanol 80% v/v): 300 mg, dividido em 3 doses diárias; Extrato seco (6-12:1; de etanol 90% v/v): 90 mg, dividido em 2 doses diárias.(4)
TEMPO DE UTILIZAÇÃO
Uso restrito a duas semanas.(4)
SUPERDOSAGEM
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada sobre efeitos decorrentes de superdosagem. Em caso de administração acima das doses recomendadas, suspender o uso e manter o paciente em observação.
PRESCRIÇÃO
NOMES COMERCIAIS
Fitoterápico, isento de prescrição médica.
Arpadol, Garra EC, Garra do Diabo Herbarium, Permear, Bioflan
Variação de Preço: R$ 33,61 / R$ 159,58
PRINCIPAIS CLASSES QUÍMICAS
Iridoides glicosilados, cumarinas, flavonoides, fenilpropanoides, triterpenos e diterpenos.(8-13)
INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA E EFICÁCIA
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
Extrato aquoso de H. procumbens causou ação anticonvulsivante.(15) Extrato metanólico inibiu a COX-2,(16) e o extrato hidroetanólico a 60%, a expressão de genes pró-inflamatórios e de citocinas pró-inflamatórias.(14,17) Em estudo in vitro realizado com extrato hidroetanólico a 60% de H. procumbens houve atividades anti-inflamatória e analgésica periférica durante as fases aguda e crônica em ratos com artrite.(8) Em estudos em ratos com aplicação do extrato hidroetanólico a 70% de H. procumbens produziu efeitos analgésicos promissores em animais com dores neuropática e pós-operatória.(18)
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada.
ENSAIOS CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
Em estudo duplo cego randomizado verificou-se que a administração de seis cápsulas (435 mg de pó seco de H. procumbens/cápsula) diariamente por quatro meses proporcionou eficácia e segurança comparável à diacereína, em pacientes com artrite no joelho e no quadril.(5) Estudos clínicos possibilitaram verificar que os medicamentos contendo extrato de H. procumbens devem conter no mínimo 50 mg (dose diária) do iridoide glicosilado, harpagosídeo, para tratamento de osteoartrite e lombalgia.(19,20,21).
FONTE
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Memento Fitoterápico, 1° Edição, 2016. Disponível em: http://bit.ly/2LMgjOy
SELEÇÃO DE PUBLICAÇÕES
REFERÊNCIAS
(1) TROPICOS. Disponível em: http://www.tropicos.org/ NameSearch.aspx?name=Harpagophytum +procumbens&commonname=>. Acessado em: 06 maio 2016.
(2) BRASIL. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa n° 02, de 13 de maio de 2014. Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2015.
(3) WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 3, p. 182-193, 2007.
(4) EMA. European Medicines Agency. Community on Herbal Monograph Products (HMPC). Harpagophytum procumbens DC. Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2015.
(5) CHANTRE, P.; CAPPELAERE, A.; LEBLAN, D.; GUEDON, D.; VANDERMANDER, J.; FOURNIE, B. Efficacy and tolerance of Harpagophytum procumbens versus diacerhein in treatment of osteoarthritis. Phytomedicine, v. 7, p. 177-183, 2000.
(6) MORADAI, M.; SUTER, A.; KORTENKAMP, A.; HEINRICH, M. The interaction potential of herbal medicinal products: a luminescence-based screening platform assessing effects on cytochrome P450 and its use with devil’s claw (Harpagophyti radix) preparations. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 63, p. 429–438, 2011.
(7) GEORGIEV, M. I.; IVANOVSKA, N.; ALIPIEVA, K.; DIMITROVA, P.; VERPOORTE, R. Harpagoside: from Kalahari Desert to pharmacy shelf. Phytochemistry, v. 92, p. 8–15, 2013.
(8) ANDERSEN, M. L.; SANTOS, E. H. R.; SEABRA, M. L. V.; SILVA, A. A. B.; TUFIK, S. Evaluation of acute and chronic treatments with Harpagophytum procumbens on Freund’s adjuvant-induced arthritis in rats. Journal of Ethnopharmacology, v. 91, p. 325–330, 2004.
(9) ANUATE, M. C.; TORRES, L. M.; MELLO, S. B. V. Effect of Isolated Fractions of Harpagophytum procumbens D.C. (Devil’s Claw) on COX-1, COX2 Activity and Nitric Oxide Production on WholeBlood Assay. Phytotherapy Research, v. 24, p. 1365–1369, 2010.
(10) STICHER, O. Plant mono-, di- and sesquiterpenoids with pharmacological and therapeutic activity. In: WAGNER, H.; WOLFF, P. (Ed.). New natural products with pharmacological, biological or therapeutic activity. Berlin: Springer, p. 137–176, 1977.
(11) CZYGAN, F. C. et al. Pharmazeutischebiologische Untersuchungen der Gattung Harpagophytum (Bruch.) DC ex Meissn. 1. Mitteilung: phytochemische Standardisierung von Tubern Harpagophyti. [Pharmaceutical-biological studies of the genus Harpagophytum. Part 1. Phytochemical standardizationof tubera harpagophyti.]. Deutsche Apotheker Zeitung, v. 117, p. 1431 1977.
(12) KARIOTI, A.; FANI, E.; VINCIERI, F. F.; BILIA, A. R. Analysis and stability of the consti- tuents of Curcuma longa and Harpagophytum pro- cumbens tinctures by HPLC-DAD and HPLC–ESIMS. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 55 , p. 479–486, 2011.
(13) QI, J.; LI, N.; ZHOU, J. H.; YU, B. Y.; QIU, S. X. Isolation and Anti-Inflammatory Activity Evaluation of Triterpenoids and a Monoterpenoid Glycoside from Harpagophytum procumbens. Planta Med, v. 76, p. 1892–1896, 2010.
(14) CLARKSON, C.; STAERK, D.; HANSEN, S. H.; SMITH, P. J.; JAROSZEWSKI, J. W. Discovering New Natural Products Directly from Crude Extracts by HPLC-SPE-NMR: Chinane Diterpenes in Harpagophytum procumbens. Journal of Natural Products, v. 69, n. 4, 2006.
(15) MAHOMED, I. M.; OJEWOLE, J. A. O. Anticonvulsant activity of Harpagophytum procumbens DC [Pedaliaceae] secondary root aqueous extract in mice. Brain Research Bulletin, v. 69, p. 57–62, 2006.
(16) EBRAHIM, N.; UEBEL, R. A.; Direct inhi- bition of cyclooxygenase-2 enzyme by na extract of Harpagophytum procumbens, harpagoside and harpagide. African Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 5, p. 2209-2212, 2011.
(17) FIEBICH, B. L.; MUNOZ, E.; ROSE, T.; WEISS, G.; MCGREGOR, G. P. Molecular Targets of the Antiinflammatory Harpagophytum procumbens (Devil’s claw): Inhibition of TNFa and COX-2 Gene Expression by Preventing Activation of AP-1. Phytother Res, v. 26, p. 806–811, 2012.
(18) LIM, D. W.; KIM, J. G.; HAN, D.; KIM, Y. T. Analgesic Effect of Harpagophytum procumbens on Postoperative and Neuropathic Pain in Rats. Molecules, v. 19, p. 1060-1068, 2014.
(19) CHRUBASIK, S.; CONRADT, C.; BLACK, A. The quality of clinical trials with Harpagophytum procumbens. Phytomedicine, v. 10, p. 613–623, 2003.
(20) CHRUBASIK, S.; CONRADT, C.; ROUFOGALIS, B. D. Effectiveness of Harpagophytum Extracts and Clinical Efficacy. Phytother Res, v. 18, p. 187–189, 2004.
(21) CHRUBASIK, J. E.; ROUFOGALIS, B. D.; CHRUBASIK, S. Evidence of Effectiveness of Herbal Antiinflammatory Drugs in the Treatment of Painful Osteoarthritis and Chronic Low Back Pain. Phytother Res, v. 21, p. 675–683, 2007.
(22) VLACHOJANNIS, J.; ROUFOGALIS, B. D.; CHRUBASIK, S. Systematic Review on the Safety of Harpagophytum Preparations for Osteoarthritic and Low Back Pain. Phytother Res, v. 22, p. 149–152, 2008.
(23) MAHOMED, I. M.; OJEWOLE, J. A. O. Analgesic, Antiinflammatory and Antidiabetic Properties of Harpagophytum procumbens DC (Pedaliaceae) Secondary Root Aqueous Extract. Phytother Res, v. 18, p. 982–989, 2004.
(24) CHANTRE,, P.; CAPPELAERE, A.; LEBLAN, D.; GUEDON, D.; VANDERMANDER, J.; FOURNIE, B. Efficacy and tolerance of Harpagophytum procumbens versus diacerhein in treatment of osteoarthritis. Phytomedicine, v.7, is. 3, p. 177–183, 2000.
Imagem. Harpagophytum procumbens fruits - Fruits of Harpagophytum procumbens. Kew Royal Botanic Gardens. Disponível em: https://www.kew.org/. “RBG, Kew cannot warrant the quality or accuracy of the data.”
ENSAIOS CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Apesar de que a incidência de efeitos adversos, durante o tratamento com fitoterápicos à base de Harpagophytum procumbens é muito baixa, e efeitos mais graves não terem sido descritos, são necessários dados que possam garantir sua segurança com o uso prolongado.(22)
