
Ginkgo
Espécie
Ginkgo biloba L.
Família
Ginkgoaceae
Sinonímia
'-
Nome Popular
Ginkgo
Parte utilizada/orgão vegetal
Folhas.(2)
Ref.: (1); (2)
Vertigem e zumbidos (tinitus) resultantes de distúrbios circulatórios, distúrbios circulatórios periféricos, como cãimbras.(2,3)
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
CONTRAINDICAÇÕES
Contraindicado para menores de 12 anos, grávidas e a lactantes e pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico. Pacientes com coagulopatias ou em uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários devem ser cuidadosamente monitorados.
PRECAUÇÕES DE USO
O uso do G. biloba deve ser suspenso pelo menos três dias antes de procedimentos cirúrgicos.(3,4) Deve ser evitado em pacientes que apresentam crises convulsivas, principalmente se essas estiverem relacionadas com o uso de preparações com Ginkgo biloba.(5)
EFEITOS ADVERSOS
Podem ocorrer distúrbios gastrointestinais, cefaleia e reações alérgicas cutâneas (hiperemia, edema e prurido).(4) Também foram relatados enjoos, palpitações, hemorragias e hipotensão.(6) Casos de hemorragia subaracnoidea, hematoma subdural, hemorragia intracerebral, hematoma subfrênico, hemorragia vítrea e sangramento pós-operatório foram relatados em pacientes que faziam uso de G. biloba isoladamente.(7,9)
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A associação desse medicamento com anticoagulantes, antiplaquetários, anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) e/ou agentes trombolíticos pode aumentar o risco de hemorragias. Esse medicamento pode diminuir a efetividade dos anticonvulsivantes e pode alterar os efeitos da insulina, aumentando a sua depuração. Pode provocar mudanças no estado mental quando associado à buspirona ou ao Hypericum perforatum. Pode potencializar o efeito dos inibidores da monoaminaoxidase e pode aumentar o risco dos efeitos colaterais da nifedipina. Pode aumentar o risco de aparecimento da síndrome serotoninérgica quando associado aos inibidores da recaptação de serotonina e pode causar hipertensão arterial em uso concomitante com os diuréticos tiazídicos, segundo relato de caso.(7,8) A associação desse medicamento com omeprazol pode acarretar diminuição de nível sérico do omeprazol.(10) A associação com trazodona pode trazer risco de sedação excessiva.(11) O uso concomitante de G. biloba pode aumentar os riscos de eventos adversos causados pela risperidona, como, por exemplo, priapismo. (12) A associação com papaverina pode acarretar potencialização de efeitos terapêuticos e adversos.(13) Se o medicamento for administrado concomitantemente com anticoagulantes (ex. fenoprocoumon e varfarina) ou medicamentos antiplaquetários (por exemplo, clopidogrel, ácido acetilsalicílico e outros fármacos anti-inflamatórios não esteróides), o efeito pode ser influenciado. Os estudos disponíveis com varfarina não indicam que há uma interação entre varfarina e produtos de G. biloba, mas um acompanhamento adequado é aconselhável. Um estudo de interação com talinolol indicou que G. biloba pode inibir a P-glicoproteína intestinal. Isso pode dar origem a maior exposição dos fármacos marcadamente afetados pela P-glicoproteína no intestino, tais como etexilato de dabigatrano. Deve-se acompanhar a combinação de G. biloba e dabigatran. Não é recomendado o uso concomitante de preparações de G. biloba e efavirenz, pois há a diminuição plasmática por indução da atividade de CYP3A4.
FORMAS FARMACÊUTICAS
Capsula e comprimido revestido contendo o extrato padronizado (extrato seco das folhas secas) contendo 22–27% de flavonoides glicosilados e 5–7% de lactonas terpênicas (constituídas por aproximadamente 2,8–3,4% de gingkolídeos A, B, e C, além de 2,6–3,2% de bilobalídeo). O teor de ácido ginkgólico é inferior a 5 mg/kg. Soluções para uso oral preparados com o extrato padronizado.(14)
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA
(DOSE E INTERVALO)
Oral. Extrato seco: 120–240 mg diariamente, divididos em 2 ou 3 doses (40 mg de extrato equivale a 1,4-2,7g de folhas).(14) Extrato fluido (1:1): 0,5 mL, 3 vezes ao dia.(14)
TEMPO DE UTILIZAÇÃO
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada sobre o tempo máximo de utilização. O tempo de uso depende da indicação terapêutica e da evolução do quadro acompanhada pelo profissional prescritor.
SUPERDOSAGEM
Em caso de administração de quantidades acima das recomendadas, suspender o uso e manter o paciente em observação.
PRESCRIÇÃO
NOMES COMERCIAIS
Fitoterápico somente sob prescrição médica.
Dinaton, Kiadon, Tanakan, Ginkgo Herbarium, Ginkgo Vital, Ginkgo Biloba - Bionatus, Bioginkgo, Ginkgo Catarinense, Tebonin, Equitam, Gincolin, Ginkoba, Ginkolab, Ginkomed, Ginkotab, Tebiloba
Variação de Preço: R$ 3,64 / R$ 140,84
PRINCIPAIS CLASSES QUÍMICAS
Flavonoides (derivados da quercetina, kaempferol e isorramnetina) e terpenolactonas (ginkgolídeos e bilobalídeos).(6)
INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA E EFICÁCIA
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
O extrato padronizado de Ginkgo biloba (100 μg/ mL) potencializou o efeito contrátil da norepinefrina. Possivelmente, a ação contrátil induzida por G. biloba se refere a liberação de catecolaminas de reservas dos tecidos endógenos, que estaria envolvida com os efeitos terapêuticos observados em humanos (por exemplo: melhora da insuficiência vascular periférica e cerebral). Resultados sugerem que G. biloba possui ação musculotrópica similar à papaverina, sendo que essa atividade foi descrita para os flavonoides quercetina, kaempferol e isorramnetina, isolados de folhas dessa espécie. Estudos in vitro demonstraram que extratos de G. biloba possuem atividade sequestradora de radicais livres e reduzem a lipoperoxidação oxidativa em microssomas de ratos e de fígado humano. O extrato inibiu a geração de espécies reativas de oxigênio em leucócitos humanos e protegeu o tecido cerebral de dano hipóxico. A administração oral do extrato de G. biloba protegeu ratos contra a isquemia cerebral. A perfusão intravenosa do extrato preveniu o desenvolvimento de infarto cerebral múltiplo em cachorros contendo fragmentos de coágulo na artéria carótida. Camundongos tratados com extrato padronizado de gingko (100 mg/kg, via oral, 4–8 semanas) apresentaram melhora na memória e aprendizagem. Substâncias presentes no extrato de ginkgo são conhecidos antagonistas do fator de ativação plaquetária.(14)
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Toxicidade crônica foi avaliada durante seis meses por via oral em ratos e cães, com doses diárias de 20 e 100 mg/kg de peso corporal, assim como com doses maiores de 300, 400 e 500 mg/kg de peso corporal (rato) ou 300 e 400 mg/kg (cão). A partir dos dados obtidos verificou-se que não houve danos bioquímicos, hematológicos ou histológicos. As funções hepáticas e renais não foram prejudicadas.(5) A administração de extrato de ginkgo a ratas prenhas produziu diminuição no peso fetal em doses maternas de 7 e 14 mg/kg/dia, e ausência de toxicidade materna. Em camundongos fêmeas, houve efeito tóxico sobre o ovário dose-dependente (reduziu significativamente a contagem de folículos ovarianos, índice de reabsorção, índice de implantação e viabilidade fetal na dose de 14,8 mg/kg/dia do extrato de ginkgo (EGb 761).(5)
ENSAIOS CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
De 35 estudos realizados com G. biloba, incluindo 3.541 participantes, em 33 foram encontrados efeitos positivos para o uso nas indicações: doença de Alzheimer, demência, zumbido, doença vascular periférica (claudicação intermitente), asma e depressão.(15) Em outros dois obtiveram resultados negativos, em demência(16) e noutro em zumbidos. (17) Dezoito estudos envolvendo um total de 1.672 participantes embasaram a utilização de G. biloba no tratamento de demência decorrente de insuficiência cardiovascular ou Alzheimer. Desses dezoito estudos, cinco eram randomizados (R), duplo-cegos (DC), controlados por placebo (CP) e multicêntricos (MC), envolvendo 663 participantes; 11 eram R, DC e CP com um total de 898 participantes; e dois eram estudos R, DC, CP, cruzados, envolvendo um total de 111 participantes, focando o tratamento de G. biloba para claudicação intermitente com resultados positivos.(15) Num estudo de metanálise avaliou-se 33 trabalhos sobre a eficácia e a tolerabilidade de G. biloba sobre o comprometimento cognitivo e demência. Foram incluídos ensaios duplo-cegos, controlados e randomizados. Em geral, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre o G. biloba e o placebo em relação aos efeitos adversos. Quanto à eficácia, concluiu-se que existem benefícios associados ao uso de G. biloba com doses inferiores a 0,20 g/dia por 12 semanas ou doses superiores a 0,20 g/dia por 24 semanas. Observou-se com os parâmetros cognitivos, de atividades da vida diária e humor que há superioridade do G. biloba em relação ao placebo nas duas faixas de dosagem.(18)
FONTE
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Memento Fitoterápico, 1° Edição, 2016. Disponível em: http://bit.ly/2LMgjOy
SELEÇÃO DE PUBLICAÇÕES
1: Savaskan E, Mueller H, Hoerr R, von Gunten A, Gauthier S. Treatment effects of Ginkgo biloba extract EGb 761® on the spectrum of behavioral and psychological symptoms of dementia: meta-analysis of randomized controlled trials. Int Psychogeriatr. 2018 Mar;30(3):285-293. doi: 10.1017/S1041610217001892. Epub 2017 Sep 21. Review. PubMed PMID: 28931444.
2: Yuan Q, Wang CW, Shi J, Lin ZX. Effects of Ginkgo biloba on dementia: An overview of systematic reviews. J Ethnopharmacol. 2017 Jan 4;195:1-9. doi: 10.1016/j.jep.2016.12.005. Epub 2016 Dec 7. Review. PubMed PMID: 27940086.
3: Yang G, Wang Y, Sun J, Zhang K, Liu J. Ginkgo Biloba for Mild Cognitive Impairment and Alzheimer's Disease: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Curr Top Med Chem. 2016;16(5):520-8. Review. PubMed PMID: 26268332.
4: von Gunten A, Schlaefke S, Überla K. Efficacy of Ginkgo biloba extract EGb 761(®) in dementia with behavioural and psychological symptoms: A systematic review. World J Biol Psychiatry. 2016 Dec;17(8):622-633. Epub 2015 Jul 30. Review. PubMed PMID: 26223956.
REFERÊNCIAS
(1) TROPICOS. Disponível em: http://www.tropicos.org/NameSearch.aspx?name=Ginkgo+biloba &commonname=>. Acessado em: 06 maio 2016.
(2) MILLS, S.; BONES, K. Principles and practice of phytotherapy: modern herbal medicine. Edinburgh: Churchill Livingstone, 2000. 643 p.
(3) MILLS, S.; BONES, K. The Essential Guide to Herbal Safety. St Louis: Elsevier, 2005. 684 p.
(4) GARCIA, A. A. et al. Fitoterapia. Vademecum de Prescripción. Plantas Medicinales. 3. ed. Barcelona; 1998.
(5) EMA. European Medicines Agency. Committee on Herbal Medicinal Products (HMPC). Ginkgo biloba. Disponível em: . Acesso em: 27 jan. 2015.
(6) BLUMENTHAL, M.; BUSSE, W .R.; GOLDBERG, A. et al. (Ed.). The complete German Comission E monographs – therapeutic guide to herbal medicines. Austin, TX: American Botanical Council; Boston: Integrative Medicine Communication; 1987.
(7) MICROMEDEX®, Versão 2.0. Disponível em: . Acesso em: 18 ago. 2014.
(8) SHAW, D. et al. Traditional remedies and food supplements: a 5-year toxicological study (1991– 1995). Drug Safety, v.17, p. 342–356, 1997.
(9) ROWIN, J; LEWIS, S. L. Spontaneous bilateral subdural hematomas associated with chronic Ginkgo biloba ingestion (letter). Neurology, v. 46, n. 6, p. 1775-1776, 1996.
(10) YIN, O. Q.; TOMLINSON, B.; WAYE, M. M.; CHOW, A. H.; CHOW, M. S. Pharmacogenetics and herb-drug interactions: experience with Ginkgo biloba and omeprazole. Pharmacogenetics, v. 14, n. 12, p. 841-850, 2004.
(11) GALLUZZI, S.; ZANETTI, O.; TRABUCCHI, M.; BINETTI, G.; FRISONI, G. Coma in a patient with Alzheimer’s disease taking low-dose trazodone and Ginkgo biloba. J Neurol Neurosurg Psychiatry, v. 68, n. 5, p. 679-680, 2000.
(12) LIN, Y. Y.; CHU, S. J.; TSAI, S. H. Association between priapism and concurrent use of risperidone and Ginkgo biloba. Mayo Clin Proc, v. 82, n. 10, p. 1289-1290, 2007.
(13) SIKORA, R.; SOHN, M.; DEUTZ, F- J. et al. Ginkgo biloba extract in the therapy of erectile dysfunction. J Urol, v. 141, p. 188, 1989.
(14) WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 1, p. 154-167, 1999.
(15) BLUMENTHAL, M. The American Botanical Council – The ABC Clinical Guide to Herbs. Austin, TX: American Botanical Council, 2003.
(16) VAN DONGEN, M. The efficacy of ginkgo for elderly people with dementia and age-associated memory impairment: new results of randomized clinical trial. J Am Geriatr Soc, v. 48, n. 10, p. 1183-1194, 2000.
(17) DREW, S; DAVIES, E. Effectiveness of Ginkgo biloba in treating tinnitus: double-blind, placebo controlled trial. BMJ, v. 322, n. 7278, p. 73, 2001.
(18) BIRKS J.; GRIMLEY, E.J. Ginkgo biloba for cognitive impairment and dementia. Cochrane Database Syst Rev, v. 21;(1):CD003120, 2009.
Imagem Name Ginkgo biloba L. Short Description Megasporophylls. Long Description Megasporophylls and leaves. Image Kind Photo (general). Bar Code MOA-12185. Copyright W. H. Hodge. Photographer W. H. Hodge. Location USA: New York. Date September 1977. Fonte: Tropicos. Disponível em: http://bit.ly/2RNPUoY
ENSAIOS CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada.
