
Castanha-da-índia
Espécie
Aesculus hippocastanum L.
Família
Sapindaceae
Sinonímia
'-
Nome Popular
Castanha-da-índia
Parte utilizada/orgão vegetal
Semente.(2)
Ref.: (1); (2)
Para o tratamento da insuficiência venosa e fragilidade capilar.(3,4,5)
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
CONTRAINDICAÇÕES
Pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico não devem fazer uso do produto. Esse fitoterápico é contraindicado para pessoas com hipersensibilidade a escina ou a extratos de A. hippocastanum e pacientes com insuficiência renal ou hepática.(6) Há indícios de que a absorção de escina seja maior em crianças, predispondo-as a maior toxicidade.(7)
PRECAUÇÕES DE USO
Toxicidade renal e hepática foram relatadas com o uso de preparados a base de A. hippocastanum em pacientes propensos a esse tipo de distúrbios.(6) Embora não existam restrições, pacientes idosos só devem utilizar o fitoterápico com orientação médica. De acordo com a categoria de risco de fármacos destinados às mulheres grávidas, esse fitoterápico está incluído na categoria de risco C: não foram realizados estudos em animais e em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas. Esse fitoterápico não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica, assim como por crianças e adolescentes.(18)
EFEITOS ADVERSOS
Após ingestão do fitoterápico podem ocorrer, em casos isolados, prurido, náuseas e desconforto gástrico.(8,9) Raramente podem ocorrer irritação da mucosa gástrica e refluxo.(7)
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Esse fitoterápico não deve ser administrado com anticoagulantes orais, pois pode potencializar seu efeito anticoagulante.(7) Cerca de 90% de escina ligamse às proteínas plasmáticas, podendo interferir com a distribuição de outras drogas.(6,7) Um caso de insuficiência renal foi relatado após administração concomitante de escina e o antibiótico gentamicina.(10)
FORMAS FARMACÊUTICAS
Cápsulas ou comprimidos contendo extrato etanólico seco padronizado e gel.(3) Armazenar ao abrigo da luz e de umidade.(3)
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA
(DOSE E INTERVALO)
Oral. Dose diária: 250 a 312 mg (dividida em duas vezes ao dia) do extrato padronizado contendo 16 a 20% de glicosídeos triterpênicos (equivalente a 100 mg de escina).(3) Tópico. Gel para uso tópico contendo 2% de escina.(3)
TEMPO DE UTILIZAÇÃO
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada sobre o tempo máximo de utilização. O tempo de uso depende da indicação terapêutica e da evolução do quadro acompanhado pelo profissional prescritor.
SUPERDOSAGEM
Se ingerido em altas doses esse fitoterápico pode causar vômitos, diarreia, fraqueza, espasmos musculares, dilatação da pupila, falta de coordenação e distúrbios da visão e da consciência.(11) Assim como todos os extratos vegetais ricos em saponinas, podem ocorrer irritação da mucosa gástrica e refluxo. Quando grande quantidade de escina é absorvida através da mucosa gastrointestinal irritada ou lesionada, pode ocorrer hemólise, associada a dano renal.(12,13) Em caso de superdosagem, suspender o fitoterápico imediatamente. Recomenda-se tratamento de suporte sintomático com medidas habituais de apoio e controle das funções vitais.
PRESCRIÇÃO
NOMES COMERCIAIS
Fitoterápico, isento de prescrição médica.
Castanha da Índia Cápsula - As Ervas Curam, Novarrutina Comprimido, Castanha da Índia - Multilab, Venocur Fit, Venocel, Castanha da Índia - Herbarium, Varicell Phyto, Castanha da India Atalaia, Proctocaps, Variless, Novarrutina Gotas, Castanha da Índia EC Tintura, Castanha da Índia - Farmabraz, Phytovein, Varinati, Varivax, Venaesculus, Venocaps
Variação de Preço: R$ 8,43 / R$ 48,10
PRINCIPAIS CLASSES QUÍMICAS
Cumarinas, flavonoides e saponinas.(2,3)
INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA E EFICÁCIA
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
A administração intravenosa do extrato etanólico 95% das sementes de castanha-da-índia em cobaia (0,2–0,4 mL/kg) provocou redução do eritema induzido por histamina. Foi observado que o extrato etanólico 30% por via oral, produziu efeito protetor em ratos, nos ensaios de edema de pata e artrite induzida por carragenina. Após a administração intraperitoneal da fração contendo saponinas isoladas do extrato das sementes da castanha-da-índia produziu atividades analgésica, anti-inflamatória e antipirética in vivo. Além disso, essa fração foi capaz de inibir a enzima prostaglandina sintetase in vitro. Ensaio realizado em ratos indicou que a administração intravenosa de escina (0,5–120 mg/ kg) inibiu o edema de pata de rato e a formação de granuloma.(3)
ENSAIOS NÃO-CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Turolla e Nascimento(15) apresentam vários estudos sobre preparações a base de A. hippocastanum e relatam que nessas pesquisas houve baixa ou nenhuma toxicidade aguda e crônica, e terato e genotoxidade, em diferentes espécies animais.
ENSAIOS CLINICOS
FARMACOLÓGICOS
De 23 estudos realizados em humanos com administração oral do extrato de Aesculus hippocastanum, num total de 4.339 pacientes participantes, para comprovação da sua ação sobre as desordens venosas, todos apresentaram resultados positivos com melhora do estado do paciente.(7) Em estudos de metanálises e revisões de alguns ensaios randomizados, duplo-cegos e controlados verificou-se que o extrato das sementes de A. hippocastanum foi eficaz no tratamento da insuficiência venosa crônica.(16,17)
FONTE
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Memento Fitoterápico, 1° Edição, 2016. Disponível em: http://bit.ly/2LMgjOy
SELEÇÃO DE PUBLICAÇÕES
Nenhum estudo com humanos recuperado para o período.
Fonte: PubMed; Descritores: Aesculus hippocastanum [Título]; Filtro: Humano [MeSH Terms]; Período: (2016/01/01 - 2018/12/31)
REFERÊNCIAS
(1) TROPICOS. Disponível em: . Acessado em: 06 maio 2016.
(2) D’IPPOLITO, J. A. C.; ROCHA, L. M.; SILVA, R. F. Fitoterapia Magistral: um guia práti- co para a manipulação de fitoterápicos. São Paulo: Anfarmag, 2005. 194p.
(3) BLUMENTHAL, M.; GOLDBERG, A.; BRINCKMANN, J. Herbal Medicine - Expanded Commission E Monographs. Austin, TX: American Botanical Council, 2000.
(4) WICHTL, M. Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals – A Handbook for Practice on a Scientific Basis. 3th ed. Stuttgart, Germany: [Medpharm]. 2004.
(5) ESCOP Monographs. European Scientific Cooperative on Phytotherapy, 1997.
(6) PITTLER, M. H.; ERNST, E. Cochrane Database Syst Rev CD 003230, 2002.
(7) Micromedex. Disponivel em: . Acesso em: 23 fev. 2015.
(8) BISLER, H.; PFEIFER, R.; KLUKEN, N. et al. Wirkung von Rosskasteniensamenextrakt auf die transkapillaere Filtration bei chronischer venoeser Insuffizienz. Deutsche Medizinische Wochenschrift. v. 111, p. 1321-1329, 1986.
(9) BLUMENTHAL, M. The American Botanical Council – The ABC Clinical Guide to Herbs. Austin, TX: American Botanical Council, 2003.
(10) ARTECHE, A.; VANACLOCHA, B.; GUENECHEA, J. L.; MARTINEZ, R. (Ed.). Fitoterapia, Vademécum de Prescripción: plantas medicinales. 3. ed. Barcelona: Masson, 1998.
(11) SIEBERT, U.; BRACH, M.; SROCZYNSKI, G. et al. Efficacy, routine effectiveness, and safety of horsechestnut seed extract in the treatment of chronic venous insufficiency: a meta-analysis of randomized controlled trials and large observation studies. International Angiology, v. 21, p. 305- 315. 2002.
(12) MILLS, S.; BONES, K. Principles and practice of phytotherapy – modern herbal medicine. [Edinburgh: Churchill Livingstone], 2000.
(13) FACHINFORMATION: Essaven (R) 50 Mono, Rosskastaniensamen-Trockenextrakt. [Informações de Prescrição: Essaven (R) 50 Mono, extrato seco semente da castanha da india]. A Nattermann & Cie GmbH, Koeln, Germany, 1995.
(14) MILLS, S.; BONES, K. The essential guide to herbal safety. [St Louis: Elsevier], 2005.
(15) TUROLLA, M. S. R.; NASCIMENTO, E. S. Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil. Rev. Bras. Cienc. Farm, v. 42, n. 2, p.289-306, 2006.
(16) WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 2, p. 137-148, 2004.
(17) DIEHM, C.; VOLLBRECHT, D.; AMENDT, K.; COMBERG, H. U. Medical edema protection - clinical benefit in patients with chronic deep vein incompetence: a placebo controlled double blind study. Vasa, v. 21, p. 188-192, 1992.
(18) EMA. European Medicines Agency. Community on Herbal Monograph Products (HMPC). Aesculus hippocastanum L. Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2015.
Imagem. Aesculus hippocastanum L. Image by William Milliken. Kew Royal Botanic Gardens. Disponível em: https://www.kew.org/. “RBG, Kew cannot warrant the quality or accuracy of the data.”
ENSAIOS CLINICOS
TOXICOLÓGICOS
Em estudos com oito espécies do gênero Aesculus foram relatados que 3.099 casos analisados de 1985 a 1994, cerca de 50% das exposições ocorreram com crianças entre 0 e 5 anos de idade. Em 77% dos casos (2374) não foram detectados quaisquer efeitos tóxicos; em 11,5% dos casos (356) ocorreram efeitos mínimos a moderados. Nos demais 11,5% (359) dos casos, os efeitos foram classificados como de toxicidade potencialmente desconhecida.(14)
